quarta-feira, agosto 22, 2007

Sunrise... sunset, perhaps...


Tenho andado por terras distantes... por terras verdes e montanhosas. E bucólicas e apaixonantes e românticas e pasmacentas.

Tenho andado com pensamentos distantes.

Tenho andado musical, tenho vivido devagar como as gentes desta terra, parando para ver uma flor durante um tempo indefinido, e teias-de-aranha e nuvens.
Tenho dado atenção às coisas: às cores: às formas: aos momentos: às incertezas do que já-quase-que-não-é.
Tenho visto o pôr-do-sol.
Tenho reparado que certezas não são quase presentes envenenados, roubam-nos a alegria inocente do espasmo.
Tenho reparado que dúvidas são como os animais pequenos, se lhes dermos de comer eles voltam para nos visitar.
Há momentos em que tudo faz realmente sentido; momentos em que nada faz sentido.
Há momentos de verdade plena e soalheira, e há momentos de nortada fria e distante.
Eu hoje disse:
"A vida é como Eiriz... há uma estrada, mas nem uma única placa que nos indique o caminho..."


terça-feira, agosto 14, 2007

Coisas que me apeteceu escrever

Ela pensava que o seu dia estava perdido. Era um daqueles dias em que lhe parecia que o tempo existia só para a controlar, só para lhe dizer que se se tivesse levantado duas horas mais cedo, ele ficaria com 26 h. E havia, de facto, acordado cedo. Mas naquele momento já pouco interessava o leve pequeno almoço ou o duche revigorante que tinha tomado poucas horas antes. Estava a trabalhar e acabara de iniciar uma tarefa daquelas que duram uma eternidade. O tempo passava e a sua hora de almoço atrasava-se a cada minuto. Não era uma tarefa daquelas que se podem largar a meio, como introduzir dados numa base informática. Não eram notas, não eram burocracias. Era uma pessoa a exigir a sua total disponibilidade e atenção. Mais do que aquela que dera a si mesma nessa manhã.

Ofereceu-se a essa tarefa como sendo a que a iria fazer sentir satisfeita nessa noite quando fosse dormir. Quando pensasse que teria valido a pena, que aquilo que fazia todos os dias afinal fazia sentido.

Quando a terminou, 1h10 após a hora em que supostamente havia de ter almoçado, reparou que o colega ainda lá estava, estoicamente à espera. "Onde queres ir almoçar?", ele perguntou. "Onde tu quiseres.:" respondeu, e de repente o sorriso... saindo-lhe da voz masculina "Não devias ter dito isso ".Um piscar de olhos.

Momentos depois, almoçavam juntos à beira mar. Estava frio, uma neblina branca a cobrir todo o mar e toda a areia. Falavam de como o mar fica bonito no Inverno. De como a velhinha deve ter uma angústia grande por se deixar estar sentada na areia apesar do desconforto que a rodeava. De como o barulho do mar faz "shhhhuuuu" e quase nos obriga a calar. Falavam de sonhos e suas interpretações. Falavam de si mesmos.

Mais tarde, ja regressados ao ambiente quase bélico, quase sádico, do trabalho, uma música.

Ela a pensar em como conhece uma pessoa que se encaixa bem naquela musica. O colega provavelmente a pensar em como conhece alguém que encaixa bem naquela música. Ambos a pensar que esses dois alguéns poderiam ter partilhado consigo o almoço em vez um do outro, e que assim teria sido perfeito. Ambos a desejarem estar ali na sala de reuniões com uma outra companhia.

Ela senta-se, e apaga a luz. Ele, exausto, debruça-se sobre a mesa. Faltam dez minutos para sairem, e afinal o dia não se perdeu. Podia ter sido melhor, pensam os dois. Mas não se perdeu.

sábado, agosto 11, 2007

Hoje tive uma conversa com um amigo acerca dos sites de chat. Aparte do msn, em que tenho total controlo (aparente) sobre com quem converso... revelava a esse Amigo o porquê de não ter vontade de usar esses chats para falar com desconhecidos.

"Pinkiah:
acho que as pessoas aí se enganam a elas mesmas...
Amigo:
sim muitas
Pinkiah:
acho que essas coisas têm de ser feitas dentro de limites...
uma das grandes criticas q faço à cultura do "optimus: segue o que sentes"....
...é mascarar emoções
Amigo:
pois
Pinkiah:
mais do que isso é obnubilar a Pessoa Humana
é quase embotar-lhe os sentimentos
é tirar-lhe a noção de que há mais vida além dos bits
dos zeros e uns
é tirar-lhes a sensiibilidade para reconhecer o cheiro da pessoa que amamos... o calor da sua pele... o brilho dos seus olhos quando nos olham de frente durante o pequeno lmoço
é roubar a oportunidade do beijo roubado
é esmagar aquela energia que flui entre os corpos que não se tocam, mas que anseiam fazê-lo
é o perder-se do feedback instantâneo, sem saltos, sem cortes, sem censuras
é perder a humanidade da presença
é rebaixar os instintos às frases, às letras, aos símbolos
Amigo:
bem +/-
Pinkiah:
é enganar-se a si próprio..
Amigo:
uma parte sim
Pinkiah:
Há mais
há o saber
há o ter a pessoa ali, e saber
isso [nos chats] é contentar-se com o livro do robinson crusoe quando se pode mesmo partir para a ilha deserta...
percebes onde quero chegar? nao segues verdadeiramente o que sentes
Amigo:
percebo
Pinkiah:

és mais conduzido pelo que pensas que sentes, e pelo que pensas "

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Felicidade e outras Estórias...

Depois de uma semana feliz no conceito mas extenuante na prática, posso enfim dizer... bendito descanso.

Ontem foi um dia misto... depois de uma manhã que roçou ao de leve a estranheza feliz da existência, um final de tarde marcado por "ver a vidinha toda a passar à frente dos olhos". Sustos fazem-nos dar valor às coisas importantes... deixam-nos mais alerta para as mostrar a tempo... permitem-nos sermos mais nós sem persarmos nos "senãos".. deixam-nos ser mais simples, não complicar...

Hoje foi um dia também atípico, com muito trabalho, mas com uma paz interior quase esmagadora. Uma sensação de quase transcendência. Uma paisagem linda, mas optimizada pela neblina, que fazia com que entre o azul do céu e o branco da neblina densa condensada no vale apelas existisse uma linha ténue, tímida, incerta e hesitante. Música.

Depois um e-mail e um video. A minha infância ali esparramada, aberta a quem a quisesse ver. As emoções à flor da pele. A Felicidade tão perto.

Depois um telefonema. Um riso.

Engraçado como às vezes bastam pequenas coisas para nos fazer logo reorganizar as nossas prioridades.

segunda-feira, agosto 06, 2007

Só me apetece dizer...

....estou a caminho do Vale Chokoma!!

Bruznieh!!

NB: E sabe bem :D

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domingo, agosto 05, 2007

Ena pah...

Durante um jantar bem acompanhada, um amigo falou-me dum video dos Smashing Pumpkins, que, segundo o mesmo, lhe fez lembrar logo de mim. "Porquê?", perguntei. Ele respondeu qualquer coisa como eu ser a única pessoa do seu círculo de relações que trabalha com prostituição, toxicodependência, VIH... Depois mandou-me um link para eu ver o video. Fica aqui para memória futura, para lembrar todos que a dignidade é um bem precioso, assim como a saúde. E que o importante é saber que todos somos iguais, que todos merecemos novas oportunidades, que simplesmente para agumas pessoas não é fácil, que todos podemos errar, e que nunca podemos ter a certeza de sermos os detentores da verdade...
Sei que aquilo que faço faz sentido, e isso apazigua-me. Porque sei que posso mesmo ajudar algumas pessoas a perseguirem o seu ideal de saúde, posso encaminhá-las a encontrarem as suas respostas, posso ver nelas Humanidade enquanto a sociedade vê degradação. Sei que elas existem muito para além do que aquilo que vemos quando por elas passamos nas nossas vidinhas. Sei que há lá dentro seres que sofrem, que riem, que sonham. Sei isso porque estou lá. E porque basta um brilho nos olhos para eu perceber... basta um tirar de boné quando me cumprimentam, em sinal de respeito... basta um aceno quando passo... basta um obrigado dito timidamente. Eu é que agradeço, poder aprender coisas com as pessoas todos os dias.
Fica aqui o video...
Bruznieh...


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vazio - hoje deu-me para isto...

Talvez uma das músicas mais vazias de sempre.
Talvez uma às quais não consigo resistir.
Continua a arrepiar-me de cada vez que a ouço.

"see the storm is broken
in the middle of the night
nothing left here for me
it's washed away
the rain pushes
the buildings aside
the sky turns black
the sky
wash it far
push it out to sea
there's nothing left here
for me
i watch it lift up to the sky
i watch it crush me
and then i die
speak to me baby
in the middle of the night
pull your mouth close to mine
i can see the wind coming down
like black night
so speak to me
like the winds outside
it's broken up, pushing us
hear the rain fall
see the wind come to my eyes
see the storm broken
now nothing
speak to me baby
in the middle of the night
speak to me
hold your mouth to mine'
cause the sky is breaking
it's deeper than love
i know the way you feel
like the rains outside
speak to me"

(The Sky is Broken - Play - Moby)

Hoje deu-me para ouvir Moby... vai-se lá perceber...

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sábado, agosto 04, 2007

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Não estou normal... De ontem para hoje dormi 12 horas (quase) seguidas... depois disso, fiz uma sesta de 2 horas à tarde (com direito a pesadelos e de acordar sobressaltada e tudo)... depois disso fiquei até à hora de jantar cheia de sono... são quase 22h e já me apetece ir para o ninho.
Hoje compliquei, deve ter sido da pedra das pastilhas que ando a tomar... Acho que devia inscrever-me nos Complicólicos Anónimos, ou melhor, ser a Fundadora dos Complicólicos Anónimos. Eu hoje não posso chegar ao fim do dia e dizer: "Eu hoje não compliquei!". Talvez amanhã... um passinho depois do outro...
Mas há coisas que eu tenho que respeitar. Mas que não me apetece respeitar. MAs que tenho que respeitar. Bahhh...
Bruznieh...

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sexta-feira, agosto 03, 2007

Basicamente....

"When your mind is a mess so is mine I can’t sleep
Because it hurts when I think when my thoughts aren’t at peace
With the plans that we make and the chances we take
They’re not yours they’re not mine
There are waves that can break
All the words that we said and the words that we mean
And the words can fall short, can’t see the unseen
Because the world is awake so for somebody’s sake
Now please close your eyes
Woman, please get some sleep "

[No Other Way, Jack Johnson, in Between Dreams]

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Ensaio sobre os mistérios...

Toda a nossa vida é feita de pequenos mistérios.
Aproveitando-me sorrateiramente, e de modo a quase roçar o maroto, duma expressão do Padre António Vieira, posso mesmo dizer que os pequenos mistérios estis sal terrae.
Daqui posso devanear durante horas a fio, quase tudo para mim na vida é um grande mistério. Um pouco como as prendas de Natal... que para mim existem quase só porque sim, sem que as deseje, mas impondo a sua presença teimosa. Para mim o melhor da prenda é mesmo descobri-la aos poucos. É desvendar aquele pequeno bocado do Reino Encantado do Mistério. É fazê-lo, aproveitando e saboreando cada pormenor novo como sendo único e revelador duma parte importante da sua essência. O mesmo princípio se aplica aos conceitos novos que vou encontrando, às pessoas novas que vou conhecendo. Há algo de mágico nessa descoberta nada apressada. Nesse aprender a ser melhor, integrando essa entidade emergente.
Não é mera curiosidade... é mesmo a leve excitação de quem se deixa tocar pelas coisas e, principalmente, pelas pessoas.
Aparte destes brandos mistérios, outros me têm acompanhado nos últimos dias.
Não querendo abordar a temática laboral (muito, muito pus a querer sair de uma grande ferida jurídica.... :S), dois deles são, passo o pleonasmo, mistérios muito misteriosos.
Primeiro (seguindo puramente uma ordem cronológica... ou não... ou não...) o meu sonambulismo. Yeps... têm acontecido coisas estranhas enquanto durmo, que passam por: desde adormecer com uma camisola e acordar com outra, até acordar às 4h da manhã a agarrar com força as chaves de casa e o telemóvel que jazem ao lado da almofada. Não, ainda não ataquei a almofada à dentada, mas temo que esteja para breve... depois de episódios engraçados da minha existência que ficam só para as pessoas mais chegadas, eis que nos últimos dias se agrava a situação e qualquer dia sou encontrada a deambular pela cidade em pijama enquanto durmo! (ou não... ou não...). Agora, explicar porquê.... talvez só seja capaz de o explicar enquanto durmo...
O segundo grande mistério dos últimos tempos é a minha urticária não explicada. Volta e meia tenho surtos de urticária e ainda não consegui isolar o agente que a despoleta e potencia. Talvez seja alimentar. Talvez seja ambiental. Talvez não. Não sei. Sei que não são picadas de nenhum insecto ou aracnídeo. Essas conheço-as bem. Mas hoje ando cheia de prurido. E a sentir-me um lixito, uma autêntica patinha-feia cheia de manchinhas vermelhas e petéquias. Talvez por isso me sinta mais em baixo, é o reverso da medalha dos mistérios, dos chatos, dos aborrecidos. Um colega de trabalho em tempos tentou animar-me dizendo que devo ser alérgica a ele. Mas não o vejo desde o dia 28 de madrugada... volta, amigo, estás perdoado!
Junto A + B e apercebo-me que uma coisa e outra podem, no limite, estar correlacionadas (a ver se calculo um índice de Spearman para provar isto).
Ter passado a tarde com um bom velho amigo de infância ajudou a esquecer os problemas um bocadinho, e a centrar-me nos mistérios dele.
Pode ser difícil não coçar o prurido, mas mais difícil às vezes é falar daquilo que nos incomoda.
Felizmente existem amigos.
Existem granizados. Existem francesinhas.
Existem passeios a pé. Existem passeios.
Existem chapéus e garrafas de água (dia quente hoje... mesmo quente... mesmo, mesmo... bolas...).
Existem mistérios engraçados.
Talvez os maiores existam dentro de nós e ainda estejam por descobrir.
Estou desequilibrada e não quero pensar nisso agora... vou alinhar os meus chakras...
Até...
PS: à grande comunidade de interessados (0% da população mundial) continuo a dar choques... ha uma teoria engraçada sobre isso... mas fica para outro dia... hoje tenho comichão...

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