segunda-feira, julho 31, 2006

DEZ MÉTODOS PARA CALCULAR COM UM BARÓMETRO A ALTURA DE UM EDIFÍCIO:


1. Solução clássica. Use o barómetro para medir a pressão atmosférica no solo e no alto do edifício. A altura do edifício é igual à diferença de pressões, dividida pela densidade do ar e pela pressão atmosférica.

2. Deixe cair o barómetro desde o topo do edifício e conte o temo que decorre até ele se esmigalhar no chão. Depois, usando a fórmula clássica para determinar a distância percorrida por um objecto em queda, calcule a altura do edifício.


3. Ate o barómetro a um cordel e deixe-o descer até tocar o chão. Recolha o cordel e meça-o.

4. Ate o barómetro a um cordel e deixe-o descer até tocar no chão. Deixe-o oscilar livremente como um pêndulo a partir da frequência da oscilação.


5. Se o dia estiver ensolarado, meça o comprimento da sombra do edifício e a do barómetro. De seguida, veja a altura do barómetro e aplique a regra de três simples.

6. Use o barómetro para marcar a posição da sombra do edifício. Meça quanto ela se moveu em dez minutos. Conhecendo a latitude do local e a data, use um almanaque astronómico para calcular a altura do edifício.


7. Meça o barómetro e suba pelas escadas exteriores até ao topo, enquanto utiliza o barómetro como régua.

8. Coloque o barómetro na beira do topo do edifício e sirva-se dele para reflectir um raio lazer enviado do solo. Tome nota do tempo que ele leva a regressar e multiplique pela velocidade da luz.


9. Provoque uma explosão no telhado e cronometre o tempo que o som leva a chegar ao solo, usando o barómetro para detectar a mudança de pressão causada pela onda de choque.

10. A mais fácil. Procure o dono do edifício e diga-lhe assim: “ Se me revelar a altura do edifício, ofereço-lhe um barómetro!”

sábado, julho 29, 2006

«A palavra "água" não é bebível e a fórmula H2O não põe um navio a flutuar.»
Alan Watts

The fall of Icarus (pintura de Brueghel)



"About suffering they were never wrong,

The Old Masters: how well they understood

Its human position, how it takes place

Wile someone else is eating or opening a window or just walking dully along;

How, when the aged are reverently, passionately waiting

For the miraculous birth, there always must be

Children who did not speacially want it to happen, skating

On a pondo at the edge of the wood:

They never forgot

That even the dreadful martydom must run its course

Anyhow in a corner, some untidy spot

Where the dogs go on with their doggy life and the torture's horse

Scratches its innocent behind on a tree.

In Brueghel's Icarus, for instance: how everything turns away

Quite leisurely from the disaster; the ploughman may

Have heard the splash, the forsaken cry,

But for him it was not an important failure; the sun shone

As it had to on the white legs disappearing into the green

Water; and the expensive delicate ship that must have seen

Something amazing, a boy falling out of the sky,

Had somewhere to go, and sailed calmly on."

Audren

sexta-feira, julho 28, 2006


Tenho medo do escuro... quer dizer... não é do escuro..... é das coisas que se escondem na escuridão...

Para as pessoas que partilham do mesmo medo, aqui está um candeeiro de rua para iluminar bem o caminho e afastar os fantasmas. Ou bonecos assassinos. Ou as baratas...
O meu blog hoje tem um canudo ;)

quinta-feira, julho 27, 2006

por-do-sol....


Pus o braço fora da janela, ergui a máquina, e disparei, sem olhar.
O resultado foi este.....
Por-do-sol de 27 de Junho de 2006...
Tenho uma colecção de grãos-de-areia-mentais, que são pensamentos, e que concretizam um areal extenso, de areia colorida, óptimo para pisar em finais de tarde quentinhos.
...Troco grãos-de-areia-mentais por gotas-de-água-do-mar-mentais....

quarta-feira, julho 26, 2006

parto um vidro

Parto um vidro
E nele refectido
Pedaços de vida.
Pedaços de histórias.
Memórias.
Misturados, sobrepostos,
Opostos à vida que levo.
Retalhos de gostos
De rostos.
De ondas do mar em mim.
De ventos, bons ventos,
De tormentos, tão longe!
Pedaços de mim reflectida
Pequenina, repetida inúmeras vezes,
E a olhar de volta para mim,
Contemplando-me.

RDurães, 2 de Janeiro de 2006

Espírito daltónico

"Hoje, o meu espírito está daltónico. Hoje parece-me tudo cinzento, parece-me tudo tristemente vazio, como se o sol tivesse de repente desaparecido e eu estivesse a viver uns oito últimos minutos de luz, que pretendem durar todo o dia. No entanto, hoje as cores fascinam-me. Aquelas que eu sei que existem porque sim, porque são naturais. Porque não as vejo hoje, mas tenho reparado nelas todos os dias,na esperança que hoje as pudesse contemplar com o tempo que merecem. Mas hoje está tudo estranhamente cinzento...
As coisas que acabam deixam-me num estado de introspecção silenciosa, à qual não consigo fugir. É como se tivesse uma nessecidade de fazer luto por essa coisa que acaba. E fica tudo a parecer cinzento, como que indefinido, como que à espera que eu pinte a realidade nas cores que mais me fizerem falta. Hoje, sinto falta do amarelo. Daquele amarelo que costuma aparecer quando fecho os olhos, e que ultimamente se tem revelado já sem a emergência do petróleo borbulhante de outrora, sem as ondas daquele negro doentio que engoliam sem piedade o meu amarelo, quando eu, pequenina, tentava adormecer. Todas as noites, de olhos fechados, eu travava uma luta com o meu cérebro, para que o manto de petróleo recuasse, se diluísse, revelando de novo o amarelo pacífico que jazia por baixo, sereno.
De uns tempos para cá, essa sensação de o meu cérebro ser tomado por uma nuvem negra e asfixiante dissipou-se, calou-se, rendeu-se, talvez. Mas hoje, nem o amarelo nem a paz de o ver de novo. Fecho os olhos, e há o cinzento. Espero chegar ao fim do dia tendo já recuperado as minhas cores, tendo já trabalhado o luto pelas coisas que acabaram, vendo já renascer o amarelo sereno. Vendo renascer todas as cores, aquelas em que tenho reparado ao longo do último mês. Todas aquelas que existiram apenas por breves instantes, só para que eu reparasse nelas, e que eu negligenciei, talvez por pressa ou desatenção. Todas essas, as que nos são ensinadas na escola, e as outras, aquelas que só existem no por-do-sol reflectido no chocolate-quente, que só existem nas lágrimas que pousam naquele tom de pele, que só existem naquela violeta-branca de manhãzinha. Aquelas que ninguém nos ensina e que só existem para que reparemos nelas. Creio que devem existir espíritos cronicamente daltónicos, que não se apercebem de como estas cores são tão diferentes. Espíritos para quem o sol é sempre amarelo, mesmo que esteja reflectido na bebida de chocolate, para quem as violetas brancas são apenas brancas, e para quem as lágrimas parecem sempre transparentes, porque são só água e sal, independentemente da cor dos olhos ou do tom de pele de quem as chora. Não é uma questão de acuidade visual, é mais como se tivessemos uma fóvea mental e uma sensibilidade especial para as tonalidades da vida."


(RDurães, 10 de Fevereiro de 2006)

terça-feira, julho 25, 2006

"Talvez as pessoas quando morrem, nao morram, talvez «desaguem». Assim como os rios nascem, correm, e no fim, desaguam.
Talvez, quando morrem, as pessoas vao para um sitio maior. Como o mar. Talvez esse sitio seja o mar das pessoas.
As gotas de água doce, quando desaguam, não deixam de ser gotas, nem sequer deixam de ser água, só vêem alterada a sua qualidade de ser doce, para passar a ser salgada. Talvez as pessoas fiquem salgadas, quando morrem. Talvez vejam alteradas algumas das suas qualidades, mas tenham a permanência da sua essência, do seu ser pessoa, como ser gota de água.
Se calhar, esse lugar maior, que é o mar das pessoas, é apenas uma transição para uma outra fase de existência. Se calhar, as pessoas depois de desaguarem, evaporam, e vão para um sítio ainda maior, onde são ainda mais livres. Penso realmente que possam existir nuvens de pessoas, que nesse ambiente de liberdade, amplo e frio, se tenham agrupado para se entreterem umas às outras, se amigarem, serem felizes juntas. Juntas, talvez as pessoas adquiram uma nova forÇa existencial, um maior peso, e talvez as pessoas caiam, atravessando esse espaÇo, para, ao mergulharem numa materia densa, a humanizem, a fertilizem de vida e esperaÇa."
(RDurães, 07/2006)

o primeiro de muitos...


"Na clepsidra da nossa imperfeição, gotas regulares de sonho marcavam horas irreais..."
(Bernardo Soares, in Livro do Desassossego)

Obrigada por visitarem este blog. Hasta... ;)
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