quinta-feira, janeiro 24, 2008

Chiça...

... e o tubo de pomada que diz, no seu exterior, "Indicações e posologia: ver literatura no interior" ?

Hein? Hein?? Mas anda tudo a dormir??

blahhh

Hoje tomei uma decisão.
"Tudo o que eu decidi hoje fica sem efeito!"
Adoro paradoxos. Viver neles é que é mais chato.

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sábado, janeiro 12, 2008

Ensaio sobre o castanho



A Felicidade está onde menos se espera... em coisas pequenas como folhas a cairem-nos na testa. Agora que elas estão caidas, apeteceu-me recordá-las.

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Cantiga de não-embalar

Decretou-se luto na cidade
sem que alguém tenha morrido.
Os habitantes têm oito séculos de idade
fantasmas que andam num único sentido.
Há alguns (ingénuos) que andam ao invés
estrangeiros falando a mesma língua.

As pessoas sorriem para dentro
a não quebrar a quietude condenada
extremamente cara e consentida
do meu pais pintado de cinzento.

Todas as nossas aventuras são caseiras
e as notícias verdadeiras são orais.
Choramos saudades existentes
de saudades irreais.

Chamem para o nosso funeral
as longínquas e mortas carpideiras.

Um grande peso de outono na nossa vida.

No nevoeiro apitam as sereias
e alastra um medo de afundar.

Andamos de cor num letárgico sono
morrem as palavras na garganta.

E enquanto a morte nos espanta.

(Mendes de Carvalho, in Satírica)

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segunda-feira, janeiro 07, 2008

A lição do V

V
Verde
O verde
É o verde.

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sábado, janeiro 05, 2008

A Rita...

Porque ouvi ao vivo e ri. E porque ultimamente não tenho rido muito, não descansei enquento não a eternizei na memória.

Bruznieh...

A Rita levou meu sorriso; no sorriso dela, meu assunto. Levou junto com ela o que me é de direito, arrancou-me do peito, e tem mais... Levou seu retrato, seu trapo, seu prato - que papel! - uma imagem de São Francisco, e um bom disco de Noel... A Rita matou nosso amor de vingança, nem herança deixou... Não levou um tostão, porque não tinha não, mas causou perdas e danos! Levou os meus planos, meu pobres enganos, os meus vinte anos, o meu coração! E além de tudo... me deixou mudo meu violão.

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terça-feira, janeiro 01, 2008

caminhos


Ontem caminhei. Ontem dei-me conta de que não importa, muitas vezes, se o caminho é bom. Nem sequer se há luz para o podermos ver. Não importa se tropeçamos, se há lama, ou se há folhagens a roçarem as nossas pernas e a lembrar que o caminho é delas, e não nosso. Dou-me conta que muitas vezes nem importa haver caminho, se o nosso desejo é mesmo arriscarmo-nos a criar um ao caminhá-lo. Hoje aprendi que caminhar é em si um projecto, daqueles que eu pensava já não ser possível ter junto ao coração. Ontem caminhei. Deixei as minhas impressões numa parte do mundo que é talvez a mais próxima do sol, porque consegue ter o sol mesmo depois de ele se por, seja pelo seu reflexo nas coisas distantes, seja pela imagem mental que ainda temos dele. Ontem caminhei, e impressionei-me com a minha capacidade de me impressionar. Não sabia onde estava e isso não importou realmente. Hoje também não sei onde estou, nem para onde vou.

A todos, boas caminhadas neste tempo que, dizem, é novo, mas tem de antigo e ancião tudo aquilo que aprendeu com os nossos passos. Tudo aquilo que eu espero que me ensine. Tudo aquilo que se partilha, só pelo simples facto de se caminhar no escuro.

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