Sunrise... sunset, perhaps...
Tenho andado por terras distantes... por terras verdes e montanhosas. E bucólicas e apaixonantes e românticas e pasmacentas.
Tenho andado com pensamentos distantes.
Tenho andado musical, tenho vivido devagar como as gentes desta terra, parando para ver uma flor durante um tempo indefinido, e teias-de-aranha e nuvens.
Tenho dado atenção às coisas: às cores: às formas: aos momentos: às incertezas do que já-quase-que-não-é.
Tenho visto o pôr-do-sol.
Tenho reparado que certezas não são quase presentes envenenados, roubam-nos a alegria inocente do espasmo.
Tenho reparado que dúvidas são como os animais pequenos, se lhes dermos de comer eles voltam para nos visitar.
Há momentos em que tudo faz realmente sentido; momentos em que nada faz sentido.
Há momentos de verdade plena e soalheira, e há momentos de nortada fria e distante.
Eu hoje disse:
"A vida é como Eiriz... há uma estrada, mas nem uma única placa que nos indique o caminho..."
1 Comments:
Olá Amiga!
Parece-me que andas confusa nessa cabecinha! Ainda bem que os ares da serra permitem espairecer e pensar sobre a vida.
A meu ver a vida é uma estrada, que vamos construindo aos pedacinhos, cada encruzilhada, cada obstáculo, cada placa que se coloque, são como as instruções para se viver melhor. Por isso não há placas a indicar o caminho, mas sim recordações, que indicam o que foi feito em cada altura, cada momento é só um e vale por si só. Ou seja, o caminho vai sendo construído ao longo da vida.
Se no fim não tiveres muitas placas, se calhar é sinal que a tua vida, foi simples e não necessitas-te de recorrer a instruções.
Iremos juntos sozinhos pela areia
Embalados no dia
Colhendo as algas roxas e os corais
Que na praia deixou a maré cheia.
As palavras que disseres e eu disser
Serão somente as palavras que há nas coisas
Virás comigo desumanamente
Como vêm as ondas com o vento.
O belo dia liso como o linho
Interminável será sem um defeito
Cheio de imagens e conhecimento.
Sophia de Mello Breyner Andersen (No Tempo Dividido)
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