caminhos
Ontem caminhei. Ontem dei-me conta de que não importa, muitas vezes, se o caminho é bom. Nem sequer se há luz para o podermos ver. Não importa se tropeçamos, se há lama, ou se há folhagens a roçarem as nossas pernas e a lembrar que o caminho é delas, e não nosso. Dou-me conta que muitas vezes nem importa haver caminho, se o nosso desejo é mesmo arriscarmo-nos a criar um ao caminhá-lo. Hoje aprendi que caminhar é em si um projecto, daqueles que eu pensava já não ser possível ter junto ao coração. Ontem caminhei. Deixei as minhas impressões numa parte do mundo que é talvez a mais próxima do sol, porque consegue ter o sol mesmo depois de ele se por, seja pelo seu reflexo nas coisas distantes, seja pela imagem mental que ainda temos dele. Ontem caminhei, e impressionei-me com a minha capacidade de me impressionar. Não sabia onde estava e isso não importou realmente. Hoje também não sei onde estou, nem para onde vou.
A todos, boas caminhadas neste tempo que, dizem, é novo, mas tem de antigo e ancião tudo aquilo que aprendeu com os nossos passos. Tudo aquilo que eu espero que me ensine. Tudo aquilo que se partilha, só pelo simples facto de se caminhar no escuro.
Etiquetas: caminhadas, caminhos
1 Comments:
A mim, caminhar faz doer os pés. Dependendo da forma em que esteja, pode fazer doer o resto do corpo. Mas a verdade é que isso não interessa nada.
O mais surpreendente para é que, por muitas vezes que passemos por determinado caminho, por muito bem que o conheçamos, há sempre coisas novas que descobrimos de cada outra vez que lá passamos... e mesmo as coisas já conhecidas e apreciadas, tornam-se mais bonitas quando partilhadas.
Bom ano.
Na razie.
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