Dia especial...
Eu acredito. Obrigada, do fundo do coração.
"Ali vivemos horas cheias de um outro sentirmo-las, horas de uma imperfeição vazia, e tão perfeitas por isso, tão diagonais à certeza rectangular da vida..." ...................................................(Bernardo Soares, in Livro do Desassossego)
Todas as saudades. Todos os medos. Todas as dores. Todos os sentimentos, os bons e os menos bons. Mais saudades... Toda a angústia do estar longe e toda a inquietação do estar perto. Estranho como por vezes os meus caminhos parecem ter mais obstáculos do que trilhos... como me sinto entre a espada e a parede, com a razão e o coração em conflito, sozinha com tudo o que gostaria de poder dizer e com tudo o que era importante ter alcançado. E como isso pode acontecer uma, e outra, e outra vez, mas me parece sempre como a primeira. E como de repente todas as minhas esperanças e os meus sonhos e os meus projectos parecem rasgar-me as costas com o punhal daquilo que "poderia ter sido". A mágoa de tentar várias vezes aquele caminho difícil e assustador da felicidade, e de todas elas a cancela estar baixada para mim. A vontade fica, o sentimento fica. Mas não há caminho para prosseguir, ou havendo, a cancela é demasiado pesada para que a eleve sozinha. Mas há o sentimento, e há a vontade, e elas queimam por dentro como uma acendalha emocional... A esperança não é a última a morrer... todos os outros sentimentos nobres persistem quando me mataram todas as réstias de esperança. O que morre com ela é tão somente a legitimidade de o mostrar. Tenho dores e talvez não haja muita lógica nas coisas que escrevo, talvez sejam só mais um episódio de sonambulismo, ou talvez seja só o reflexo dum profundo cansaço do sentir. Sinto o corpo agudamente, e os sentimentos cronicamente, como uma batalha que trave há muitos séculos e que conte já muitas perdas. No lugar do coração bate com força um bule de chá quebrado onde antes já existiu earl grey ao entardecer, e no lugar da cabeça divido-me em quatro, todas de mim partilhando medo à frente duma chávena de chocolate quente.
Ontem à noite comi gomas. Vermelhas, e amarelas, as minhas preferidas. E eram boas, e eu saboreei-as e as lágrimas escorriam-me pelo rosto. Mas eram boas. E esse foi o momento mais sincero do meu dia. Tinha dores por fora, e tinha dores por dentro. Mas as gomas foram sinceras comigo. Agora apetece-me... mais....
Etiquetas: gomas, sentimentos
A todos os que acham que têm problemas, a todos os que acham que a vida é difícil, a todos que desesperam com coisas menores. Por fim, a todos os que têm dores nas mãos. Fica aqui um relato fugaz mas emocionante daquilo que é a história de vida do Maestro João Carlos Martins, aclamado como o maior intérprete das obras de Bach, aplaudido internacionalmente nos melhores teatros, e digno do nosso maior respeito e admiração. Vale a pena pensar nisto... Haja coragem.
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