terça-feira, setembro 26, 2006

"No rules... great revolt..."

Alguém disse um dia, após uma dissertação sobre um qualquer assunto de que não me recordo, 'culpabilizem-me por isso'. Pois bem, pessoa, eu culpabilizo-te. Hoje tomei consciência de que quando as pessoas estão a estudar e a tentar aprender coisas úteis e a sobreviver na selva perigosa e tendencialmente absurda que é o ensino superior (com os docentes de gabinete devidamente sublinhados), cai-se na asneira de deixar que esse nosso ímpeto de sermos excelentes se sobreponha ao nosso dever de sermos felizes. Em muitas ocasiões no passado eu devia ter retaliado. Não o fiz. Agora voltando atrás na minha máquina do tempo, e fazendo um revivalismo quase saudosista da malha complexa de relações dessa etapa da minha existência, penso realmente que nunca me deveria ter vacinado contra a leptospirose, mas que deveria ter-me imunizado expondo-me directamente à infecção. Teria sido pelo menos mais agradável. Todas as coisas que pensei acerca das partículas subatómicas da existência poderiam ter tomado forma, terem-se agregado por forças de interacção e criado matéria.
Isto por dizer que nunca é tarde.
Ficam aqui então algumas dissertações adiadas:

ponto 1. acerca do constructo responsável, sério e pensado, concordo plenamente. Acho até que parte da nossa vontade consciente de nos partilharmos com os outros sem pedir nada em troca. E como tal, penso que o medo que muitas pessoas têm se deve ao facto de nunca terem rumado nesse sentido, de acharem que só por isso os outros também não percorreram esse caminho, e estarão portanto a 'confundir as coisas', que depois se sentirão enganados, magoados e confusos. Surpresa. Há quem consiga fazer o que pensa. E isso faz que não exista um craving, mas um sentimento pacífico e gratuito. E faz com que não precise, o sentimento em si é auto-suficiente.
É uma coisa de responsabilidade, pois é. Mas é só a minha Ideia... há quem lhe chame cena...

ponto 2. Consumo de tabaco e álcool. Fraqueza de espírito. Apesar das inumeras dissertações anti-consumo. Sem mais comentários.

ponto 3. Eu sou o tipo de pessoa que, à pergunta "Importa-se que fume?" responde invariavemente, e com um sorriso sempre pronto, com um "Importo."

ponto 4. Não me interessa que as pessoas não se importem. São elas lá e eu cá, na boa. Mas revolta-me profundamente que andem para aí a "dar ares de quem se importa", só para aliviarem as suas consciências medíocres. Revolta-me que achem mesmo que a vida lhes vai correr bem se andarem para aí a lixar a vida às outras pessoas. A mentir para tirar proveito. E revolta-me pensar que essas pessoas conseguem dormir à noite. Porque eu muitas vezes não consigo.

ponto 5. Por muito que tente, é cada vez mais difícil para mim acreditar que o homem (Humanidade, mas sem direito ao H maiúsculo em sinal de protesto) seja intrinsecamente bom. Há sempre pessoas com excelentes oportunidades de me provar o contrário. O meu 'constructo racional' pela existência ainda sobrevive para me obrigar conscientemente a ver as coisas pelo lado positivo. O sol hoje nasceu outra vez.

1 Comments:

Anonymous Anónimo disse...

Pois é minha Ritinha! Há de facto muita coisa na vida que pomos de parte durante o percurso no ensino superior, porque temos sempre a esperança que depois de tirar o curso podemos fazê-las com mais paz e ser mais felizes!
Estamos redondamente enganados... Se o fizermos passamos pela vida esquecendo-nos de a viver!
A mim também me revoltam certas pessoas. Principalmente aquelas que para ficar bem perante todos deturpam o que outras pessoas, mais puras, dizem. Aquelas que dizem: "Não vamos ser hipócritas!" e o estão a ser ao dizê-lo... Se pudesse inventar uma vacina, seria contra a hipocrisia. ;)
Mas ainda acredito que o Ser Humano é intrinsecamente bom. ;) Não percas essa convicção. É ela que nos agarra à esperança de que podemos ser felizes e contribuir para a felicidade de alguém! Porque se todos os que são bons tentarem fazer do mundo 1 sítio melhor, ele tornar-se-á de facto melhor. :)

4:33 da tarde  

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